Publicada em 27 de outubro de 2023
A escalada do conflito entre Israel e o Hamas no Oriente Médio desperta sérias preocupações no âmbito econômico e político global.
As turbulências nas oscilações cambiais e as incertezas em relação à perspectiva de recuperação econômica são apenas algumas das potenciais consequências dessa conjuntura.
Um desdobramento preocupante seria o adiamento das esperanças de redução das taxas de juros pelo Banco Central (BC), o que teria impactos significativos na reativação do mercado imobiliário brasileiro.
Essa guerra tem o potencial de causar impactos significativos tanto na economia global quanto na brasileira. Como sabemos, conflitos geopolíticos geram incertezas nos mercados financeiros, provocando flutuações cambiais e na Bolsa de valores.
O embate entre israelenses e palestinos tem implicações que transcendem as fronteiras regionais, ecoando na economia mundial, particularmente no mercado de commodities, como o setor agrícola.
Israel x Hamas, petróleo e diplomacia
O Brasil, como um dos principais exportadores de produtos agrícolas, enfrentaria impactos nas relações comerciais com outras nações, gerando efeitos indiretos na economia doméstica.
O aumento do preço do petróleo, que já estava em alta antes do conflito, agora sofre uma maior pressão. O que reflete nas commodities e no mercado financeiro.
A postura neutra do governo brasileiro, que condena os ataques contra civis de ambos os lados e repudia a escalada da violência, afirmando seu compromisso com a solução de dois Estados na região e apelando pela paz, resulta em uma neutralidade que pode gerar algum tipo de desagrado diplomático por uma das partes envolvidas.
Por outro lado, o conflito em andamento entre a Rússia e a Ucrânia adiciona mais uma camada de instabilidade a um contexto macroeconômico global já preocupante.
Esse conflito acarreta implicações significativas para a região. Além disso, com consequências econômicas que ultrapassam as fronteiras ucranianas, gerando preocupações contínuas quanto as relações comerciais e aos fluxos de comércio na região.
Como se sabe, a Ucrânia desempenha um papel crucial no fornecimento de gás natural para a Europa. De modo que qualquer interrupção ou instabilidade nesse fluxo pode afetar o abastecimento energético e provocar volatilidade nos preços do gás e do petróleo.
Além dos conflitos que geram incertezas nos mercados financeiros, a falta de estabilidade política e econômica no Brasil, junto com o aumento do déficit fiscal e a evasão de investidores internacionais que preferem o mercado norte-americano ao risco Brasil e América Latina, mina a confiança dos investidores e tem um impacto negativo no clima de negócios como um todo.
Sabe-se que o mercado imobiliário é frequentemente o primeiro a sentir as crises e, geralmente, é o último a se recuperar delas.
No entanto, é fundamental ter em mente que a economia global é um tema complexo e está em constante mutação. Compreender o impacto dela no setor imobiliário é um grande desafio.
Guerra pode colocar freio no pé do BC?
A instabilidade política e econômica abala a confiança dos mercados, o que pode frustrar as perspectivas de redução da taxa Selic pelo BC, impactando a recuperação do mercado de imóveis. Isso resulta em insegurança e diminuição nos lançamentos de novos projetos, como indicado pelos resultados divulgados pelas construtoras e incorporadoras listadas na Bolsa.
Conforme declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a estratégia de redução de juros só seria alterada em caso de um cenário que realmente afetasse as perspectivas de inflação.
Portanto, enquanto isso não ocorre, continuaremos em um cenário de “soft landing”. Ou seja, na prática, pode estimular o mercado, mesmo que as preocupações e os conflitos internacionais trabalhem contra.
Esperamos que o mercado supere a onda de pessimismo mundial e escreva sua própria história em um período tão complexo e conturbado.
Fonte: MoneyTimes
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